O SIGNIFICADO atribuído à dor por alguém, juntamente com as emoções e mudanças de comportamento resultantes, bem como as estruturas de crenças envolvidas, são elementos que conferem singularidade à experiência da dor para cada indivíduo. Esses fatores são os que distinguem a vivência de uma pessoa da outra, explicando por que algumas conseguem enfrentar a situação, enquanto outras se veem incapacitadas por uma dor de intensidade comparável.
Poderíamos afirmar que a neurociência é apenas um dos processos que contribuem para essa experiência. No entanto, ao invés de colocar o indivíduo no centro dessa experiência, a tendência atual é destacar o terapeuta e o conhecimento que ele possui como protagonistas desse cenário.
Uma analogia bastante simples (lembrando sempre que analogias nunca são perfeitas!) que utilizo para auxiliar as pessoas a compreenderem as diversas conotações que os indivíduos atribuem à dor é a do medidor de combustível.
Tanto a dor quanto o medidor de combustível podem ser considerados como alertas. A maneira como reagimos a esses alertas pode variar significativamente. No contexto do medidor de combustível, algumas pessoas podem sentir-se à vontade para continuar dirigindo mesmo com o medidor indicando vazio. Talvez estejam familiarizadas com o carro e suas capacidades. Já outra pessoa pode entrar em ação imediatamente para abastecer; a resposta dela à mesma situação é completamente distinta. Poderá ser que ela já tenha enfrentado a falta de combustível anteriormente e retenha uma memória negativa? Se transferíssemos essa dinâmica para outra situação, haveria alguma alteração? As pessoas que se sentiam confortáveis no carro alheio se comportariam de maneira diferente?"
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